quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Mais um Dia" na internet

Já faz alguns dias que disponibilizei o "Mais um Dia" na rede, mas não havia deixado o link aqui. Assista e fique a vontade para deixar sua opinião.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Saiu no Jornal do Brasil

O festival exibe a produção audiovisual universitário com sessões gratuitas no Centro Cultural Correios e Caixa Cultural

Jornal do BrasilArliete Rocha
FESTIVAL BRASILEIRO DE CINEMA UNIVERSITÁRIO - Principal exibidor da produção audiovisual universitária brasileira e estrangeira, o festival chega à sua 16ª edição com sessões gratuitas no Centro Cultural Correios e na Caixa Cultural, até 7 de agosto. Este ano o homenageado é Eduardo Santos Mendes, editor de som e professor da ECA-USP. Centro Cultural Correios, Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro (2253-1580). Sala de Cinema: 200 lugares. Sala de Vídeo: 35 lugares. Grátis. Caixa Cultural, Av. Almirante Barroso, 25, Centro (2262-5483). Cinema 1: 81 pessoas. Cinema 2: 83 pessoas. Grátis.

CENTRO CULTURAL CORREIOS /SALA DE VÍDEO: 6ª, às 15h30: MOSTRA INFORMATIVA - PROGRAMA MITOS E RITUAIS (12 anos / 1h10): Obreiros de Aruanda (2010), de Aline Fadlalah, Hozana Fraisleben e Natalia Bourguignon (15min). Dedálo (2009), de Sônia Procópio (7min). A fé que anima a vossa igreja (2010), de Daniel Salmazo, Diana Ricci, João Risi, Marcos Fávero, Vinícius Colombini (15min). Viver (Boa) Morte (2010), de Eduardo Gomes (33min). 6ª, às 17h30: MOSTRA INFORMATIVA - PROGRAMA LAÇOS DE FAMÍLIA (14 anos/1h06): Dia 1 P.M. (2011), de Aly Muritiba (7min). Mais um dia (2010), de Nathália Machado (14min). Cinza (2010), de Norberto Clepardi e Wagner Moreira (10 min). Do pai (2010), de Daniel Salmazo e Vinícius Colombini (16min). Entre nós (2010), de Iuri Lima de Castro (19min).

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Calendário de Exibição: Mostra de Cinema Universitário - RJ

Saiu o calendário de exibição da Mostra de Cinema Universitário, a exibição será no Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho (Castelinho do Flamengo), uma parceria do Grupo Guapos de Teatro e a Universidade Estácio de Sá. Sempre de Terça a
Domingo em dois horários: às 10:00 e as 18:00 horas.
Programação

Programação

Programação
Programação

Programação

quarta-feira, 8 de junho de 2011

EXIBIÇÃO DO MAIS UM DIA




O MAIS UM DIA, foi selecionado para Mostra de Cinema Universitário. Dias 14, 18, 26, 29, 30 de junho e 03 de julho.
Local: Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho(Castelinho do Flamengo)



sábado, 28 de maio de 2011

Direção de atores


O que posso dizer sobre o Filme “Mais um dia”? Foi um trabalho árduo, porém imensamente gratificante. Foi a primeira vez que trabalhei com a Diretora Nathália Machado e posso dizer que foi umas das melhores diretoras com quem tive a honra de trabalhar. Ela me deu total liberdade com os atores e juntos fizemos com que eles mergulhassem no Universo desses personagens tão complexos e distantes de suas vidas. Sobre a minha função de direção de elenco falarei um pouco dos métodos que utilizei para ajudar os atores a encontrarem o caminho de seus personages. Nos ensaios que precederam o filme, nas leituras do texto, buscamos o entendimento e as nuances de cada um dos elentos escritos, como: O porque? O como? O quando? O aonde? Conversei com a Diretora e roteirista Nathália Machado, para podermos entrar na parte psicológica de cada personagem: Para isso discutimos a vida deles; como e porque o pai havia virado alcóolatra e como isso acabou transformando-se em violência e abuso. O porque da mãe aceitar e viver nessas condições e supor os dias como se fosse MAIS UM DIA. E como isso influenciaria a vida dessa criança que teria que amadurecer mais cedo.

A partir desse momento começamos a buscar o que não estava lá no texto, o subtexto… Que foi fundamental para o trabalho dos atores. A angustia não dita transformou-se no pilar do filme, e o que era dito “saía” de forma natural. Fizemos exercícios psicofísicos, colocando cada ator naquela situação vivida pelos personagens, para depois colocar a personagem naquela situação. Com isso começamos a buscar o corpo de cada um. Como seria o andar desse homem? Como seriam os seus movimentos? Como ele bebe, como ele abre a porta? Essa mulher que trabalha em casa, como é a postura dela? Como ela lava a louça? Como ela trata o filho e como reage a presença do marido? E essa criança? Como ele vê o pai e a mãe? Como ele faz o trabalho de casa? Como ele se comporta? Como ele anda? Como ele reage durante as agressões do pai?

A parte mais importante deste processo foi no Set, onde pudemos colocar os atores na casa (situação física) dos personagens, ambientando-os com seus afazeres cotidianos. E foi lá que tive o prazer de ver os personagens criando vida, andando, falando, reagindo... Tive a ajuda brilhante da Atriz e bailarina Cris Alves, que me ajudou a limpar os movimentos e os gestos dos personagens, deixando os personagens mais naturais e com isso mais humanos. Sem a sua ajuda o trabalho não teria esse efeito que buscavamos e sem modéstia… Conseguimos!!!

Quero agrader aos atores e a atriz que me deram o prazer de desenvolver meu trabalho com tranquilidade e confiança: Roberto Assys, Ricky Nunes e Paula Frascari… Vocês arrebentaram. A equipe de arte que nos transportou para esse universo familiar tão comum e ao mesmo tempo tão complexo. A equipe de fotografia que além do tempo para ensaiarmos, jogou junto com os atores, havendo uma cumplicidade tão difícil entre ator e câmera.

A produção que apesar de todos os perrengues estava lá e cumpriu com soberania sua função. Sem vocês o filme não teria acontecido.

E principalmente a direção… Nathy, obrigado por deixar eu fazer meu trabalho com tanto prazer e liberdade. Estamos juntos .

O que mais posso falar…APROVEITEM e divirtam-se!!!!!

Por Rafael Fetter

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A experiência do negativo

Segue abaixo o texto a respeito da fotografia do filme, feito por Pedro Dias, que foi um dos diretores de fotografia do nosso filme. Sou muito feliz em saber que tivemos uma equipe unida no Mais um Dia, foi muito prazeroso trabalhar com pessoas que valorizavam o trabalho de cada um para que o filme fosse realizado com sucesso. Valeu a pena!!

Como materializar idéias que estão escritas? Essa é o grande dilema do Diretor de Fotografia. Como enquadrar? Qual janela usar? Qual lente usar? Quais projetores e refletores de luz usar? Movimentar ou não a câmera? Enfim... Muitas perguntas que só o completo envolvimento com o projeto podem ajudar a responder (definir).

Cada Diretor de Fotografia trabalha a sua maneira, alguns com seus vícios, outros com suas identidades visuais. A minha forma de trabalhar mistura um pouco de experiências que já tive, livros que já li, conselhos e relatos que já ouvi, ou seja, para o bom fotógrafo tudo é inspiração.

Em “Mais um Dia”, que foi realizado em 35 mm, as dúvidas certamente foram maiores. A começar do fato em que quando se roda em digital existe a possibilidade de fazer 5, 10 ou 50 takes de um plano, quando em película, isso é jogar não somente tempo, como também dinheiro e material de trabalho fora. Basicamente o filme “Mais um Dia” foi filmado em um para um (cada plano um take), exceto por planos com movimentação complexa, aonde filmamos em dois para um (cada plano dois takes). Apesar de parecer um ponto negativo, como tudo na vida, também teve um lado positivo: quando se sabe que haverá apenas uma chance de fazer tal plano, ele é pensado... e pensado... e pensado... até que se tenha certeza de que visualmente irá atender a necessidade dramática pretendida pelo filme.

O início

Uma boa forma de começar a planejar a fotografia de um filme é lendo uma ou duas vezes o roteiro. Dessa forma é possível entender a história e com mais atenção identificar os pontos de virada (que são momentos que pedem atenção redobrada). Tendo lido o roteiro, conversar com o diretor é uma excelente forma de reunir as primeiras informações que ele deseja que o filme contenha. Lembrando que o filme é uma interpretação do roteiro. Ou seja, o diretor tem uma, o fotógrafo tem outra, o produtor tem outra e assim por diante.

Quando se pede ao diretor que ele conte a história de forma descontraída, já é possível identificar diferença entre as suas interpretações e a dele e consequentemente, já cria uma base (dentro da opinião do diretor) para a realização de uma pesquisa de referências fotográficas, que podem ser buscadas em: Filmes, fotografias, pinturas, no cotidiano, ou seja, em tudo que pode ser visto. A pesquisa e o uso de referências fotográficas é de extrema importância, pois é uma exemplificação visual em um momento em que tudo ainda está apenas escrito.

Durante a pré-produção de um filme (curta ou longa-metragem) não é possível fazer uma coisa por vez sempre, pois o processo é dinâmico, portanto as vezes o diretor de fotografia irá esbarrar em algum fator externo que possa o atrasar. E nesse momento ele deverá estar trabalhado em outras coisas dentro do projeto (para assim não perder tempo e nem dinheiro).

A Decoupagem

Palavra que se origina do francês découpage, que por sua vez deriva do verbo découper, recortar. Esse processo define onde serão os cortes. Em “Mais um Dia” houve, em função da temática do filme, a opção por cortes que não tirassem o filme de sua forma naturalista. A decupagem não somente define o inicio e o fim do plano em termos de tempo, como também de espaço. Delimitando o que será enquadrado e como será enquadrado. Em ”Mais um Dia” houve a preocupação de trabalhar com menos cortes e em contra partida planos que enquadrassem a ação de maneira mais complexa, o que exigiu dos atores um trabalho maior, mas ao mesmo tempo deu ao espectador a possibilidade de prestigiar uma cena com maior carga emocional, levando em conta que após cortar uma ação é muito difícil para o ator retomá-la com a mesma carga dramática. A decupagem foi definida pela direção e ajustada pela fotografia.

Como referência para possibilidades de paleta de cores, iluminação e outros elementos fotográficos foram sugeridos filmes como: No rastro da bala, Moça com brinco de pérola, dentre outros. E dentro desses filmes foram explorados cada um dos elementos que eram desejados. Definindo a decupagem é possível listar quais equipamentos eram necessários para atender ao que desejávamos para o aspecto visual do filme. Câmera, lentes, janelas, refletores, projetores, filtros e consequantemente ao equipamentos que viabilizavam o uso desses anteriores, prolongas, extensões, praticaveis, 3 trabelas, panos pretos, rebatedores, dentre outros. Lembrando que tivemos como apoiador a AMAZÔNIA, que por sua vez entrou com muitos equipamentos e com a mão-de-obra de um cara super gente boa, o Teko. Esse ai além de maquinista com vários longas no bolso, é também um cara que dá sugestões excelentes e tem um olho cinematográfico! Viabilizou a colocação da câmera na posição que fosse necessária, lembrando que não estamos falando de uma camera digital leve, mas sim uma BL!

A Filmagem

É o momento crítico, é onde se faz valer a pena. O importante é na medida do possível seguir o planejamento. No nosso caso haviamos feito um "animatic", que é uma versão digital do filme, dessa forma já tínhamos uma idéia do formato do filme, E assim seguimos a decoupagem, lembrando que o filme foi feito em um para um no caso de 90% das cenas. Então como balancear entre a possibilidade de fazer um take e fazer dez takes? Pessoalmente eu acredito que o número repetido de takes cansa e automatize o ator, de forma que a partir do 5° take os seguintes fazem com que o ator perca cada vez mais a emoção da cena. Mas também fazer apenas um take é o cúmulo da adrenalina. Por isso, posso dizer que nosso filme contou com um excelente trabalho de direção de atores, que foi feito pelo Rafael Fetter auxiliado pela Cris Alves. De forma que os atores estavam ao mesmo tempo ensaiados porém não automatizados. É excelente ver que um elenco flui perfeitamente durante a cena, isso torna o trabalho de todos menos cansativo. A coisa tomou uma forma tão excelente, que quando o Ricardo (criança) errou UMA VEZ chegou a se sentir mal (como se todos os atores consagrados não errassem inúmeras vezes as mesmas cenas). Assim percebe-se a forma como os atores estavam preparados e entrosados, todos estão muito de parabéns!

No primeiro dia de filmagem tivemos problema com o chassis da câmera, mas com a ação das pessoas certas o problema foi resolvido “apenas” com a perda de material, o que fez com que o trabalho tivesse que ser feito de maneira mais econômica ainda. Além da câmera ser antiga, mecânica, checagem do gate de minute em minuto, ser barulhenta, com vídeo assist que servia apenas para ver um borrão e tudo mais, o mais importante pra mim foi o prazer de trabalhar na adrenalina, com os riscos possíveis, com as incertezas. Oportunidades que são raras! Portanto nunca reclamar do material que se tem e sim aprender a trabalhar com ele! Na equipe aprendi muito com todos, tanto em termos de técnicas como de truques. Foi muito bom trbalhar com uma diretora que sabia o que queria e com uma produtora que era rápida no gatilho e providenciou tudo acontecesse!

Pós

Enquanto não fomos a Labocine ver a revelação tive que esperar para saber o resultado do trabalho da equipe de foto, o que significa esperar… esperar…. E esperar sem o tempo passar, somente após ver o resultado pude relaxar.

O material foi montado pelos departamentos de direção e produção, após isso seguiu para marcação de luz, que é onde o trabalho do diretor de fotografia é finalizado. Nesse processo são feitas as correções de luz, tons, graduação das cores, coloração de máscaras e tudo mais. A marcação no filme foi feita na Labocine e a digital foi feita na Mega.

Por fim, acho que nada paga estar com pessoas que tanto trabalharam com você e que gostam de você no dia da exibição do material pronto. Acho que nesse momento todos se olham e no fundo pensam: Conseguimos! Ao menos eu pensei assim!

Por: Pedro Dias

Direção de Fotografia